segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Ser ou Ter?

Cada dia que passa neste mundo pós-moderno o Ter tem sido mais importante do que o Ser, é claro que ao perguntar as pessoas qual é mais importante o Ser ou o Ter? Em sua maioria responderia: o Ser. Porém na prática não é bem assim, pois é muito difícil as pessoas valorizarem mais o Ser neste mundo capitalista que acaba sobressaindo o Ter, e a mídia é a principal responsável em fazer o marketing do Ter. A todo o momento está propagando o “como é bom Ter” e colocando no pódio aqueles que têm.
            Ser é a natureza íntima de uma pessoa, é sua identidade, sua característica, e Ter é possuir, sendo possuidor de bens, recursos financeiros, determinada posição. O Ser está relacionado com o caráter da pessoa, com aquilo que a pessoa é, e o Ter é aquilo que a pessoa possui, por isso é inquestionável que o Ser é muito mais importante do que o Ter.
Ter não é errado, precisamos ter recursos financeiros para sobrevivermos, para moradia, alimentação, saúde, educação e até mesmo lazer. Ter uma vida financeira estável é o sonho de todos e isso é ótimo, o errado é querer e querer, nunca estando satisfeito com o que tem, sendo um consumidor insaciável, do amor ao dinheiro.
            Valorizam-se mais o Ter do que o Ser, uma sociedade que valoriza mais o consumo, estando mais interessados com o que a pessoa tem de recursos para consumir do que com a valorização do ser humano. Você já foi desvalorizado por causa do Ter? Porque eu já fui. Tem uma sapataria que eu sempre sonhava em um dia poder comprar sapatos lá, porém não tinha condições para isso, então eu apensas sonhava. Mas um dia resolvi juntar dinheiro para comprar um sapato que ao passar em frente à vitrine sempre ficava namorando ele. Ao ter o dinheiro suficiente para a compra, entrei na loja, e ninguém me atendia, porque minha aparência não estava no nível dos clientes da loja, fui desprezada, nadificada, não fizeram questão de me atender porque acharam que não tinha condições para comprar nenhum sapato daquela boutique, depois de um bom tempo fui atendida e ficaram envergonhados porque paguei o sapato à vista. Depois quando estava bem financeiramente acabei virando cliente daquela sapataria, e os mesmos que me atendiam foram os que me menosprezaram, mas é claro que não guardei ressentimentos. Isso também aconteceu quando eu e meu esposo fomos comprar nosso primeiro carro zero, também fomos totalmente desvalorizados e acabamos comprando com o vendedor que nos desprezou.
            Porque as pessoas valorizam o que temos e não o que somos? Você chega a um ambiente e a primeira atitude das pessoas é olharem para sua aparência, para sua roupa, sapato, acessórios, celular, carro, e assim te valorizam pelo que você tem e não por quem você é. Independentemente do que possui ou não possui todos devem ser valorizados e respeitados.
            Quantos pais inconscientemente estão ensinando aos filhos que o Ter é mais importante que o Ser, enche os filhos de presentes, substituindo assim a sua presença. Filhos que não conhecem o Ser de seu pai e de sua mãe, não sabem quem realmente são seus pais, suas características, suas qualidades, seus sonhos, suas conquistas e até mesmo suas decepções, sua história de vida. Filhos que desfrutam dos bens de seus pais, mas não do seu amor, carinho, afeto, atenção, companheirismo, conhecem muito bem o dinheiro, casa, carro, conforto que seus pais lhes proporcionam. Onde está o Ser no relacionamento de pais com filhos e de filhos com seus pais, da família em geral.
            Será que a base do casamento é o amor ou o dinheiro? Teve um pregador que ao profetizar para a vida das solteiras que estavam presente no culto, disse que elas não iriam casar com homens pobres, que Deus iria dar um marido rico para elas. Isso é uma truculência, onde fica o amor? E outra; Deus não tem nada haver com isso, a escolha é nossa. É claro que dinheiro ajuda o casamento, porém ele não é a base e muito menos é o que mantém um casamento, porque se fosse nenhum rico se separaria. A base do casamento é o amor, respeito, companheirismo, com isso o casal juntos podem conquistar prosperidade. Quer revolucionar seu casamento? Então priorize o Ser e não o Ter.
Amar o próximo, valorizar o Ser das pessoas, sua natureza íntima, suas qualidades, mesmo que seja escasso do Ter é magnífico. A valorização do Ser que é a essência do outro abrilhanta nossas vidas com magnitude, pois o Ser é grandeza e o Ter é insignificante, o Ser é imprescindível e o Ter é supérfluo. O Ser faz com que tenhamos amabilidade, generosidade, benignidade, companheirismo, caridade, bondade, afeto, em fim faz com que nos tornemos mais humanos.
            Para de se preocupar em Ter, não seja mais um consumidor insaciável, de querer sempre mais, de comprar para mostrar que tem, sendo um escravo do capitalismo, se preocupe com o seu Ser, sua identidade, sua essência, suas qualidades, sua conduta.
            Reconheça a importância de sua família, seus amigos, conhecidos, desconhecidos, o ser humano em geral pelo que são e não pelo que tem. Ame as pessoas, tratem todos bem e você verá como sua vida revolucionará, terá mais brilho, mais sentido
Valorize quem você é e não o que você tem, valorize o que as pessoas são não o que elas possuem. Infelizmente muitas vezes acontece esta valorização só quando se perde. Muitas reportagens quando se entrevista um familiar, amigo ou pessoa próxima da pessoa que morreu; sempre o que eles dizem é quem aquela pessoa era, suas qualidades, e não o que ela possuída de bens materiais, sabe por que isso? Porque o que vai ficar marcado na sua história é seu Ser, seu caráter, suas qualidades.
            Ser esposo (a), ser pai, ser mãe, ser filho (a), ser irmão (a), ser avó, ser avô, ser neto (a), ser amigo (a), e, além disso, suas características, sua personalidade, suas qualidades, sua existência. Viva o Ser com intensidade!
            Ser um ser humano, com qualidades indispensáveis: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Priscila Faria

Fonte da Imagem: https://carreiras.empregos.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Ser-feliz-ou-ter-muito-dinheiro.jpg

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